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Notícia - Os perigos de trocar o dia pela noite
23/08/2016
Os perigos de trocar o dia pela noite
Na calada da noite, enquanto a grande maioria das pessoas dorme, uma parcela da população está acordada, trabalhando ou então se divertindo. Mas você sabia que isso pode fazer mal para a saúde?
Segundo a especialista em medicina do sono e otorrinolaringologista Angela Beatriz Lana, nosso organismo possui um ritmo que chamamos de ritmo circadiano ou relógio biológico. "Ele acontece a cada aproximadamente 24 horas e está ligado à presença da luz e da escuridão. Esse relógio interno influencia nossa produção hormonal, o crescimento e a renovação de nossas células, nossa digestão, nossa temperatura, etc. Se mudamos o ritmo de sono e a exposição ao claro/escuro, afetamos nosso ritmo biológico. Isso acontece principalmente em pessoas que fazem rodízio de turnos no trabalho", diz Angela.
Os trabalhadores de turno podem se queixar de dores de cabeça frequentes, perda de energia e dificuldade de concentração. Outro ponto negativo para a saúde é a irritabilidade, por conta dos níveis aumentados do hormônio cortisol (relacionado ao estresse), e também a maior predisposição à depressão.
De acordo com Angela, quem dorme pouco tem suas defesas imunológicas reduzidas e maior tendência a engordar. Segundo ela, a maior incidência de doenças cardiovasculares nesses indivíduos (dificuldade no controle da pressão e do colesterol) e o maior número de casos de câncer de mama em enfermeiras trabalhadoras de turno e comissárias de bordo têm sido estudados nos últimos anos.
IMC
Outro fator negativo é que pessoas que dormem poucas horas (menos de seis horas por noite) têm índice de massa corporal (IMC) maior do que aquelas que dormem entre 7 e 8 horas por noite. Isso se deve também a um desequilíbrio de dois hormônios relacionados ao apetite/ saciedade da fome: a grelina e a leptina.
Uma dica para quem trabalha em turnos é tentar evitar a rotatividade, é preferível manter um mesmo turno por um longo período. "Essas pessoas devem, se possível, fazer breves cochilos de no máximo 30 minutos antes do trabalho. Sempre que puderem, devem fazer uma reserva de sono, por exemplo, nos fins de semana", diz ela.
Os familiares devem ajudar durante o dia, quando esse trabalhador for dormir, promovendo um ambiente tranquilo e sem ruídos. O conselho principal é que essas pessoas planejem seu sono e evitem álcool, café e cigarro antes de dormir. Quando acordarem, exponham-se a bastante luz branca. Ter uma rotina também ajuda, pois faz parte da higiene do sono e ajuda o nosso relógio biológico a funcionar melhor. "As refeições devem ser feitas normalmente, lembrando que antes de dormir se deve evitar ingerir alimentos de digestão difícil e demorada (carnes vermelhas, frituras, condimentos e molhos em excesso), assim como grandes quantidades/porções de alimentos", diz ela.
Quanto dormir por dia?
O tempo total de sono vem se reduzindo de maneira alarmante na sociedade moderna. A necessidade de sono varia com o indivíduo, e seria aquela quantidade necessária de sono em que a pessoa acorda bem, alerta, apta a fazer suas atividades, sem sonolência residual. Existem os "curtos" dormidores, que ficam satisfeitos com menos de 6 horas de sono, e os "longos" dormidores, que precisam de mais de 10 horas de sono por dia.
Na média, a população em geral deve dormir de 7,5 a 8 horas por noite. Estudos americanos mostraram que há 1 século dormia-se em média 9 horas, e hoje apenas 25% das pessoas dormem 8 horas por noite.
As pessoas que dormem muito cedo e acordam muito cedo ou que dormem muito tarde e acordam muito tarde têm geralmente um distúrbio do ritmo circadiano e devem consultar um especialista em sono para reorganizar seu relógio biológico.
Fonte: Idmed
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